quinta-feira, 18 de junho de 2009

O brasileiro que matou o joystick

Durante a E3 (maior feira de entretenimento e games do mundo) , em junho, um anúncio da Microsoft causou assombro . A empresa apresentou ao mundo o Projeto Natal, um adaptador para Xbox 360 que reconhece a voz e o rosto dos jogadores e reproduz seus movimentos nos jogos sem a necessidade de um joystick. Os sensores de movimento, profundidade e voz tornam possível personalizar jogos, digitalizar objetos (como um skate) e até interagir com amigos virtuais.

O responsável por isso acontecer é o curitibano Alex Kipman, que preferiu homenagear a capital do Rio Grande do Norte, sua grande paixão , na hora de dar nome ao projeto que ele conduz na Microsoft. Em entrevista à Galileu, Kipman conta um pouco sobre seu papel no desenvolvimento do game e como ele funciona.






Galileu: Qual foi seu envolvimento no projeto?

Kipman: Eu sou o diretor de incubação do Xbox. Meu trabalho é encubar novas tecnologias e criar oportunidades de novas experiências para os usuários do Xbox . O Natal é uma delas.

Galileu: O nome em português foi idéia sua?

Kipman: O nome foi sim, minha ideia. A Microsoft usa cidades como nomes- códigos. A pessoa que idealiza o projeto normalmente o nomeia . Eu sou brasileiro nascido em Curitiba, mas há muito tempo amo as praias do Nordeste e Natal continua sendo uma das minhas cidades favoritas em todo o mundo. O nome “Projeto Natal” veio da minha vontade de homenagear o Brasil e também porque o nome significa “nascer” em latim e, considerando a nova audiência que o Projeto Natal trará ao Xbox… o nome é perfeito!

Galileu: Como o videogame funciona?

Kipman: Neste momento nós não estamos revelando todos os detalhes sobre como a tecnologia funciona. Mas o que eu posso te dizer é que o Projeto Natal é cheio de ” mágica ” da Microsoft. Esta mágica inclui uma câmera RGB, um sensor de profundidade e um microfone com um processador personalizado. Todo esse hardware especial funciona através de um software inovador da Microsoft que nos permite captar seus movimentos e expressões do seu rosto, até nos permite responder à sua voz!

Galileu: Vocês anunciaram que o videogame não só reconhece mais entende a sua voz. Como é que isso funciona?

Kipman: Sim, ele não só reconhece como entende sua voz. É por isso que nós dizemos que “tudo o que você precisa é experiência de vida”. Se você sabe como se mover ou falar, você e seus amigos podem instantaneamente se lançar a qualquer experiência no Projeto Natal. Essa é razão pela qual estamos tão empolgados com o projeto, ele realmente tem potencial para transformar social gaming (não existe uma tradução exata do termo para o português, mas o conceito trata de tornar os games uma experiência mais comunitária e menos individual ) – e o entretenimento – para sempre.

Galileu: A Microsoft planeja fazer do Xbox um centro de entretenimento que combine vídeo, TV e internet em um único aparelho?

Kipman: Eu acredito que o Xbox tem algo para todos. Se você é alguém que nunca pegou um controle nas mãos, a simples e natural aproximação ao Projeto Natal fará com que você queira jogar e se divertir com ele. No Xbox, isso poderia ser jogando videogame, assistindo TV ou apenas socializando com seus amigos em pessoa ou online.

Galileu: Quando o Projeto Natal estará disponível no Brasil?

Kipman: Nós não estamos anunciando a data de lançamento agora, mas nós enviamos centenas de kits de desenvolvimento para nossos parceiros durante a E3 para que suas equipes de criadores comecem a sonhar com todas as possibilidades que o Projeto Natal oferecerá a eles. Como dissemos na E3, o Projeto Natal vai funcionar com qualquer Xbox que já foi vendido mas nós não temos ainda uma média de preço para anunciar.

Galileu: A tecnologia foi desenvolvida especialmente para videogames ou ela tinha algum outro uso antes?

Kipman: O foco da minha equipe é transformar o social gaming e o entretenimento para sempre. Foi para isso que essa tecnologia foi criada.

Galileu: Em que tipo de jogos vocês estão trabalhando?

Kipman: Nós não anunciamos nenhum jogo ainda. Eu sou o cara que inventa as cores e os pincéis que criarão a paleta para os criadores de games. O Projeto Natal e as tecnologias com as quais eu trabalho apenas definem um novo conjunto de cores e pincéis para serem usados por game designers. Meu trabalho é assegurar-me de que os criadores de games são apenas limitados por quão longe suas imaginações podem levá-los.

Mariana Lucena

via: http://colunas.galileu.globo.com/blogdagalileu/2009/06/18/o-brasileiro-que-matou-o-joystick/

Um comentário:

Eliana disse...

Mto legal ver um brasileiro se destacando assim lá fora...

Tdo de bom Lody!

abraços